quinta-feira, 30 de setembro de 2010

E-books podem estimular mais crianças a ler, aponta estudo

FOLHA.com - 30/09/2010

O tempo que as crianças passam lendo livros por diversão diminui conforme elas utilizam celulares e outros aparelhos de tecnologia móvel, mas os e-books (livros digitais) podem trazê-las de volta à literatura, de acordo com um estudo divulgado nesta quarta-feira.

O estudo, conduzido pelo grupo de mídia e educação Scholastic e pela empresa de consultoria em pesquisa e marketing Harrison Group, também concluiu que os pais estão preocupados que o maior acesso à tecnologia pode limitar o tempo de leitura ou com a família.

Cerca de 40% dos pais acreditam que o tempo que as crianças permanecem online ou utilizando dispositivos móveis reduziria o período gasto com livros ou atividades físicas. Trinta e três por cento mostraram receio de que a tecnologia leve as crianças a passar menos tempo com a família.
Porém, o estudo também descobriu que a tecnologia pode na verdade estimular uma criança a ler. Das crianças pesquisadas, 57% disseram que ficariam interessadas em ler no e-book.

Cerca de um terço das crianças disseram que leriam mais livros por prazer caso os e-books estivessem a seu alcance. Mas 66% afirmaram que continuariam a ler livros impressos mesmo com uma maior disponibilidade do e-book.

Francie Alexander, vice-presidente acadêmica da Scholastic, afirmou em comunicado que os resultados do estudo mostram que os e-books podem ter um importante papel educacional.
"Se pudermos pegar um terço de todas as crianças, muitas delas leitoras forçadas, para que gastem mais tempo lendo por prazer nos e-books, esse tempo adicional gasto construindo fluência e vocabulário não só as ajudaria a se tornarem mais proficientes na leitura, mas também as auxiliaria a acompanhar textos mais complexos que elas encontrarão no ensino médio e na universidade", disse ela.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Fundo Nacional da Cultura

Boletim Livro e Leitura - Edição nº 225 - 27/09 a 03/10/2010

Fundo Nacional da CulturaO ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou no último dia 22 um orçamento de R$ 300 milhões para o Fundo Nacional da Cultura (FNC), que deve ser compartilhado entre oito Fundos Setoriais ainda em 2010, entre eles o de Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa. Segundo o site do MinC, no mesmo dia foi realizada a primeira reunião dos Fundos Setoriais, quando se discutiu diretrizes e ações para cada setor. Cada um dos comitês é composto por 17 integrantes, sendo sete do MinC, sete da sociedade civil e mais três da sociedade civil - os chamados “de notório saber”. Entre os integrantes da comissão estão os escritores Affonso Romano Sant’Anna, Moacyr Scliar, e especialistas na área como Eliana Yunes, Adauto Novaes e José Castilho Marques Neto.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Incentivo à leitura leva a um aumento na média de Língua Portuguesa

Diário do Noroeste / Instituto Brasil Leitor - 22/09/2010

Via Blog do Galeno

No Paraná, as escolas da rede pública estadual vêm apresentando, ao longo dos anos, uma elevação qualitativa no ensino da Língua Portuguesa. Analisando as médias de desempenho da 8ª série do ensino fundamental na Prova Brasil, observou-se que em 85% das escolas houve aumento da média nessa matéria. O desempenho em Língua Portuguesa na Prova Brasil é um dos indicadores que compõem o IDEB e um dos responsáveis pelo crescimento do índice conseguido pelo Paraná de 2005 a 2009.

Para a secretária de Educação do Paraná, Yvelise Arco-Verde, as ações desenvolvidas pela Secretaria de Estado da Educação (SEED), por meio do Departamento da Educação Básica (Deb), determinantes para essa evolução. “Os excelentes resultados que as escolas vêm apresentando, especificamente em Língua Portuguesa e, num plano geral, em todos os indicadores do IDEB, refletem o intenso trabalho que está sendo realizado e, é claro, nos gratifica”, explica.

Yvelise entende que as ações da SEED têm obtido sucesso, mas lembra que está na comunidade escolar a força para erguer a qualidade do ensino. “O esforço do governo tem sido incansável, mas, sem desmerecer o que temos feito, é o comprometimento dos alunos, dos professores, dos funcionários e a participação dos pais na escola que são fundamentais para a melhoria da qualidade de ensino. Isso significa que o resultado do Ideb mostra que conseguimos avançar na educação graças às políticas públicas, e a participação ativa da comunidade de cada escola no processo de ensino-aprendizagem”, afirma.

Incentivo à leitura

Luiz Carlos Felipe, é especialista em Estudos Literários pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Desde 2005, é convidado pelo Deb/SEED para dar palestras a professores e agentes das bibliotecas escolares das escolas da rede estadual no Centro de Formação Continuada de Faxinal do Céu, município de Pinhão.

O principal objetivo das palestras é fazer com que o acervo literário das bibliotecas escolares seja utilizado pelos alunos, não somente como fonte de estudos, mas também como lazer. E, segundo Felipe, também é importante que toda a comunidade escolar tenha livre acesso às obras literárias. “O que se pretende é colocar os professores e agentes das bibliotecas próximos ao que há de mais moderno no campo da abordagem da literatura”, explica.

Para motivar os estudantes a ler, ele sugere a realização de trabalhos diferenciados, como oficinas de contos, valorizando o papel de mediação do professor para que o aluno chegue ao livro de literatura. “É importante que haja procedimentos interessantes para atrair o leitor, como rodas de leitura, contação de histórias, filmes e música, tudo isso aliado a uma melhor exposição dos livros na biblioteca escolar para, efetivamente, democratizar o acesso à leitura”, diz. O importante, segundo ele, é não fazer da biblioteca escolar um espaço de punição ou castigo, mas de atividades para que o aluno possa frequentar, ouvir ou contar histórias.

Felipe comenta que a formação dos professores interfere na maneira de utilizar o livro como um recurso pedagógico. “Muitos não sabem como tornar a leitura uma atividade pedagógica, como analisar uma obra e sentem insegurança de como avaliar”, avalia. Os professores também devem estar atentos na formação individual do estudante, porque, segundo ele, pode ocorrer do aluno não estar preparado para a leitura de determinado livro. “A intenção da leitura da obra deve ser considerada, é preciso saber por que os estudantes estão lendo a obra, se para dramatização, para apresentação em aula ou para o vestibular”, explica.

O especialista lembra que existem três eixos que orientam as aulas de Língua Portuguesa, presentes nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCE): oralidade, leitura e escrita. “O livro pode gerar ações para estes três eixos, privilegiando o debate, seduzindo o leitor ao relacionar literatura e realidade”, define. Para ele, uma possibilidade de bom aproveitamento da leitura é a apresentação de relações entre o livro e tudo aquilo a que o aluno está exposto no seu cotidiano, tentar um caminho de entrada para questões éticas, sociais, de gênero, de etnia etc. “Enfim, é usar a leitura como viés de discussão e de reflexão, provocando o aluno a entendê-la dessa forma”, diz.

O incentivo à leitura não é papel apenas dos professores de Língua Portuguesa, mas de todas as disciplinas, define Felipe. “Um bom leitor tem condições, se bem trabalhado, de se interessar por outras vias de conhecimento, cabe ao professor de cada disciplina trabalhar isso”. Ele ainda explica que o acesso a novas leituras depende da autonomia que o aluno acaba desenvolvendo. “A boa literatura não oferece respostas, mas leva a questionamentos. O aluno vai a outras obras, o aluno pratica a leitura na busca pelas respostas”, conclui.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sesc Pinheiros apresenta sessões de leituras dramáticas para o vestibular 2011

Catraca Livre - 22/09/10

Dia 28 de setembro, das 16h às 20h, acontecem duas sessões de leituras dramáticas no Sesc Pinheiros. Voltada aos vestibulandos, estudantes em geral e interessados em literatura, essa atividade traz a interpretação, feita por grupos cênicos, dos livros indicados pela lista unificada da USP e UNICAMP para o vestibular de 2011.

Os livros analisados nas sessões são “Dom Casmurro”, de Machado de Assis, e “O Cortiço”, de Aluísio de Azevedo. Quem adapta as obras para a linguagem teatral é a Teatro Kaus Cia. Experimental. A entrada é Catraca Livre.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Piloto do projeto “Dengo: um museu para todos” acaba de ser implantado pelo Museu da Língua Portuguesa

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O projeto Dengo é uma ação do Educativo do Museu da Língua Portuguesa e tem como objetivo principal ampliar o acesso ao acervo do museu, superando barreiras físicas.
A ideia é levar o museu para aquelas pessoas que, por alguma razão, estão impedidas de visitá-lo. Trata-se, na realidade, de mais uma ação educativa, cultural e social da instituição que, desde sua inauguração, procura facilitar o acesso a seus ricos conteúdos a um número cada vez maior de cidadãos.

Experimentalmente, o projeto, pensado e desenvolvido pelos Educadores do museu, foi implantado por meio de uma importante parceria com o GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer). É um primeiro passo que consubstancia a ideia de um museu itinerante, por permitir que crianças e adolescentes em tratamento de câncer interajam, experimentem e brinquem com o conteúdo do museu. Este projeto inovador, que propicia a visita de educadores do museu a distintas instituições, também pretende ampliar a discussão em torno da possibilidade de ação social dos museus.

A partir dos resultados verificados, o projeto “Dengo: um museu para todos” será ampliado e disponibilizado, gratuitamente, para outras entidades interessadas e que atuem junto a segmentos impossibilitados permanente ou temporariamente de visitar as instalações do Museu da Língua Portuguesa.

Mais uma vez, o museu, uma unidade da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo administrada pela Organização Social de Cultura Poiesis, inova em suas ações e procura se aproximar mais e mais de seu público.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Prazo para didáticos termina em 4 de outubro

Boletim Livro e Leitura nº 224 - 20 a 26/09/2010

Termina em 4 de outubro o processo de escolha dos livros e coleções didáticos que serão distribuídos em 2011 para dois milhões de jovens e adultos matriculados em turmas de alfabetização e de mais de três milhões que cursam o ensino fundamental na modalidade jovens e adultos. Como lembra o site do Ministério da Cultura , a “escolha envolve as redes de 3.402 prefeituras, secretarias estaduais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia que aderiram ao Programa Nacional do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos (PNLD EJA), em 2010”. A relação das obras está no Guia do Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos do MEC.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ribeirão Preto: Ponto de Leitura e Varal de Poesias são atrações no Parque Maurílio Biagi

Ponto de leitura para troca e doações de livros e Encontro com Escritores é uma das atrações no domingo; Varal da Poesia e academia ao ar livre é sucesso entre o público

Prefeitura de Ribeirão Preto - 21 de Setembro de 2010


No lugar de um varal de roupas, um “Varal de Poesias” extremamente sensível e cultural. Essa é uma das opções de quem visita o Parque Maurílio Biagi, aos domingos, logo às 9 horas. O local tem recebido grande público diariamente, desde a sua reabertura, especialmente nos finais de semana.

O Projeto Ponto de Leitura, do Instituto do Livro, que acontece todos os domingos, das 9h às 13h, é uma das referências de quem chega ao local.

Nos estandes, o público pode não apenas ler um livro, como também doar uma obra ou fazer a troca de livros de seu interesse, ou mesmo relembrar aquele livro de um autor famoso lido ainda infância, na adolescência, e que deixou recordações.

São mais de 3mil títulos de autores como Cervantes, Shakespeare, Machado de Assis, Fernando Sabino, Luís Fernando Veríssimo, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, autores locais como Luiz Puntel, clássicos da Literatura e infantis, entre tantos outros, que valem muito a pena ler ou reler.
O Varal de Poesias e os Contadores de História são outras formas de comunicação literária ao ar livre, embaixo das árvores, depois de uma manhã de exercícios físicos e de cuidados especiais com a saúde.

Varal de Poesia – O Varal de Poesia, para quem ainda não conhece é mais uma das ideias do Instituto do Livro para incentivar na população o hábito de ler e deixar poesias no local, como troca de experiências e sentimentos. Para o superintendente do Instituto do Livro, Edwaldo Arantes, ler uma poesia é encher a alma de esperança e de bons pensamentos e proporcionar ao leitor um momento de paz interior e de reflexão. “O Instituto do Livro está muito feliz com esse trabalho. Poder estar aqui trazendo essa qualidade de lazer a nossa população em meio à natureza nos faz acreditar que o ser humano, cada vez mais, necessita dessa estrutura para superar melhor os obstáculos do dia a dia”, enfatizou. A opinião de Edwaldo soma-se a dos freqüentadores do parque que estão satisfeitos com o Projeto que tem atraído quem passa por ali.

“Todo mundo que vem aqui deveria trazer uma poesia no bolso para colocar no varal. Eu mesma estive aqui na semana passada, levei uma poesia do varal embora, e hoje estou retornando para deixar uma poesia de Carlos Drummond de Andrade para que alguém a leve embora com muito carinho”, afirmou a pedagoga e dona de casa Elisete Passos Vieira, que imprimiu o poema “Canção Amiga”, de Drummond, para presentear algum visitante do Parque.

“O mundo precisa de poesia, e um trabalho como esse jamais pode passar despercebido”, afirmou a freqüentadora do parque, Eliana Cristina, que assiduamente está no local “Vamos fazer com que esse varal se torne tradicional a cada dia”, enfatizou ela “Perseverar por essa forma de comportamento é contribuir por um mundo melhor e mais humano”, completou.
Vale lembrar que este final de semana o público recebeu o carinho do escritor e trovador Nilton Manoel e o talento das contadoras de história Cassiana Freitas e Adriana Paim. “Meus filhos adoram vir aqui. Eles ficam à vontade, ouvem e interpretam as histórias e tiram suas conclusões do que ouviram”, admitiu a administradora de empresas Isis Soares, mãe de Bianca, de 8 anos, e David, de 6.“Todos os Parques em Ribeirão Preto deveriam ter esse projeto, mesmo os mais longe do Centro”, concluiu.

O Projeto do Instituto do Livro conta, todos os domingos, com o trabalho do superintendente Edwaldo Arantes, Rosangela Passeri, diretora administrativa; Ednéia Regina Souza Moraes, Naiara Maria Gomes Leite, Rayne Borges, Patrícia Souza Gomes, Ednéia Coutinho, Luciene Bidio, Victor de Carvalho. “Esse é um Ponto de Leitura e um ponto de encontro de todas as formas de manifestações culturais. Quero convidar a população para que esteja conosco neste projeto a Céu Aberto, que venha fazer exercícios e traga seus filhos para ouvir uma história, escolher um livro e levar um belo poema para a família que ficou em casa”, concluiu Edwaldo.

Outras novidades a serem implantadas: Café Filosófico com Escritores, Sarau Literário, entre outras.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Bibliotecas sediam encontros com autores


Projeto “Escritor na Biblioteca” retorna às unidades como programa permanente a partir de 2011; edições piloto serão realizadas em várias bibliotecas até o final deste ano

São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura



A partir de sexta-feira (17/09), 34 bibliotecas públicas e o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso recebem a visita de 11 escritores para um bate-papo com o público. A atividade gratuita batizada de “Escritor na Biblioteca” começou a ser realizada na década de 1980 e, com algumas interrupções, atravessou os anos servindo de ação de incentivo à leitura.

Até o final do ano, o projeto funcionará com edições piloto. O objetivo é que se torne evento permanente a partir do ano que vem.

A abertura acontece na Biblioteca Alceu Amoroso Lima, dia 16, às 18h, com uma mesa-redonda intitulada Literatura e Cotidiano com a presença dos escritores Heloísa Prieto e Marcelino Freire, que terá mediação de Márcia Wada. Em seguida, ocorre a apresentação litero-musical Cantos Negreiros, com Marcelino Freire e a cantora Fabiana Cozza.

O grupo de escritores que participam dos bate-papos nesse mês é formado por Marcelino Freire, Kátia Canton, Eva Furnari, Xico Sá, Laudo Ferreira Jr., Heloísa Prieto, Daniel Munduruku, Rodrigo Garcia Lopes, Ricardo Azevedo, Cláudio Daniel e Sandra Pêra.

Confira a programação, aqui!


Link



sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um país que se fez de homens, mas sem livros

Manguinhos, no Rio de Janeiro, inaugura um conceito de biblioteca mais atraente à comunidade e que facilita o contato do público com os livros

O complexo de Manguinhos, região periférica do Rio de Janeiro, foi escolhido para a instalação da primeira biblioteca parque do Brasil. Com a nova Biblioteca Parque de Manguinhos, inaugurada em abril onde antes funcionava uma antiga Divisão de Armamentos do Exército, Manguinhos passou a possuir a maior concentração de equipamentos culturais da cidade. Só de acervo, são 25 mil livros, 3 milhões de músicas em arquivo de MP3, 900 filmes em DVD e diversos brinquedos. Além do mais, os arredores contam com uma praça, centros comunitários e quadras poliesportivas, que devem atender uma população de mais de 100 mil pessoas de 16 comunidades da zona norte carioca. Com isso, espera-se fazer da biblioteca um centro de referência para a difusão de cultura e estímulo à leitura em uma região antes totalmente carente em relação a áreas de lazer e atividades culturais.

“O objetivo é atrair a população para a convivência naquele espaço”, afirma a secretária de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Rattes. Ela explica que será oferecida na biblioteca parque uma programação voltada para as vocações da comunidade. Por isso serão disponibilizados cursos de empreendedorismo, alfabetização digital e qualificação em gerenciamento de pequenos negócios, como bares e restaurantes populares.

Para definir o modelo de biblioteca que seria instalada em Manguinhos, foram visitadas diversas experiências realizadas em países com políticas fortes de livro e leitura, principalmente França, Chile e Colômbia. O nome biblioteca parque foi importado de uma iniciativa existente na cidade colombiana de Medellín, em que a instalação de equipamentos similares nas comunidades mais carentes contribuiu para a redução dos índices de violência, analfabetismo e de desenvolvimento humano. Medellín serviu como inspiração principalmente por se tratar de uma cidade que, assim como o Rio de Janeiro, convive com sérios problemas de exclusão social e violência. “Lá (em Medellín), as bibliotecas eram o símbolo da recuperação das comunidades”, afirma Adriana.

Manguinhos é a segunda biblioteca inaugurada no Brasil com uma proposta diferenciada, cuja preocupação é oferecer à população um espaço confortável, livre, sem preconceitos literários e que seja, principalmente, uma opção de lazer. Em fevereiro, começou a funcionar a Biblioteca de São Paulo, localizada onde antes existia o complexo penitenciário do Carandiru. Na ocasião da inauguração da Biblioteca de São Paulo, a diretora Magda Montenegro explicou a proposta: “Fizemos uma biblioteca sem preconceitos com a leitura e que não qualifica o que a pessoa deve ou não ler”. Para atrair o público, junta-se a isso o contato direto com o livro nas estantes (sem a necessidade de solicitar exemplares à bibliotecária), o acervo atualizado e a realização de eventos culturais. De acordo com Magda, a remodelação do conceito de bibliotecas públicas no Brasil tende a seguir o apresentado pela Biblioteca de São Paulo e, mais recentemente, de Manguinhos. “Antes, a biblioteca era um santuário distante e isso afastava o público.”

Segundo Ezequiel Theodoro da Silva, professor livre-docente em Metodologia de Ensino pela Faculdade de Educação da Unicamp e colaborador voluntário do grupo ALLE (Alfabetização, Leitura e Escrita), esse novo modelo de biblioteca é uma tentativa bem-vinda para a realidade brasileira, país no qual as bibliotecas historicamente foram tratadas com abandono. “Temos de repensar o modelo original, romper com uma biblioteca enclausurada e bloqueadora, que não servia a totalidade da população”, explica. O professor revela que bibliotecas mais despojadas e arrojadas, que servem de ponto de encontro para a comunidade, já existem em cidades como Nova York e São Francisco, nos Estados Unidos.

Dívida histórica


A criação de duas bibliotecas-modelo não ameniza uma dívida histórica brasileira. “O histórico no Brasil é de abandono das bibliotecas”, explica Ezequiel Theodoro da Silva. Isso ocorre porque a conservação desses espaços depende de manutenção, preservação e atualização do acervo. Além do mais, Silva complementa que o acesso às bibliotecas no Brasil sempre foi muito restrito e não houve políticas de capilarização para todas as cidades brasileiras.

Atualmente, a situação brasileira aponta melhoras a partir da articulação do Plano Nacional do Livro e Leitura, capitaneado pelos ministérios da Cultura e da Educação. Entretanto, o gargalo criado após décadas de descaso deixou uma realidade difícil de ser confrontada. Segundo levantamento realizado em 2009 pela Fundação Getulio Vargas a pedido do Ministério da Cultura, 79% das cidades brasileiras possuem pelo menos uma biblioteca municipal. O estudo também revelou que 8% dos municípios não possuem esse tipo de equipamento público e que 12% estão em processo de abertura de uma, com o apoio do Minc. Quando analisados os dados referentes à estrutura, a situação mostra-se mais preocupante: apenas 47% têm, de acordo com os técnicos pesquisadores, condições adequadas de iluminação, ventilação, mobiliário e equipamentos. Outra questão preocupante é a oferta de cursos de extensão (12%) e o acesso à internet para os usuários (29%).

O diretor de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piuba, diz que o Ministério da Cultura está caminhando para zerar o déficit de municípios sem bibliotecas até o fim deste ano e modernizar as existentes. Dentre os principais problemas identificados pelo estudo da FGV, Piuba destaca a baixa frequência, número reduzido de funcionários (a maioria tem entre um e dois) e poucos dirigentes com formação em biblioteconomia (11%). Ele também aponta que seis capitais brasileiras estão em situação crítica na proporção de uma biblioteca para 100 mil habitantes. São elas Manaus, Belém, Recife, Salvador, Goiânia e Fortaleza, esta com cerca de 0,04 biblioteca pública municipal para 100 mil habitantes. Para essas cidades, o Minc desenvolve um plano de instalação de bibliotecas menores nas regiões da periferia. O professor Ezequiel Theodoro da Silva afirma que os dados apresentados pelo estudo da FGV devem ser colocados sob uma perspectiva qualitativa. “Depende do que você chama de biblioteca.” Segundo ele, uma biblioteca precisa contar com profissionais especializados, acervo em quantidade suficiente e em bom estado de conservação, além de estar disponibilizado ao público. “A dívida social é muito grande e depende da mobilização dos governos federal, estaduais e municipais, e isso não ocorrerá em seis meses.”

Silva complementa serem essenciais políticas articuladas e de longa duração, que visem, além da construção de bibliotecas, recursos para a sua manutenção, atualização de acervo e informatização. Somente assim o Brasil poderá finalmente constituir-se, como defendia Monteiro Lobato, em um país feito com homens e livros.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Alunos vão à escola no sábado para encontrar escritor


PublishNews - 15/09/2010 - Por Redação

Márcio Calixto é professor de literatura do ensino médio do colégio Opção, de Maricá, na região dos Lagos do Rio de Janeiro. Ele leu o Último trem (Vieira & Lent), gostou e sugeriu que os alunos também lessem o livro de Marco Simas. No sábado passado (11), a convite do professor, o autor foi bater um papo com seus alunos. Para o Calixto, esta experiência interdisciplinar é válida porque a maioria dos alunos do ensino médio conhece somente a "literatura dos autores que já morreram" e este tipo de contato dos alunos com o autor presente evidencia que a literatura é viva, dinâmica, e sobretudo, próxima da realidade deles.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ana Maria Machado leva o Prêmio Príncipe Claus

Boletim Livro e Leitura n° 223

A escritora Ana Maria Machado foi uma das 11 personalidades contempladas com a premiação holandesa Príncipe Claus, edição de 2010. Como lembra o jornal O Dia, "anteriormente, outros artistas brasileiros de diferentes áreas já foram contemplados: Ferreira Gullar (Poesia), Jaime Lerner (Urbanismo) e Cildo Meireles (Artes Plásticas)".

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Atrás de compromisso dos candidatos

Blog do Galeno

E o Rio Grande do Norte decidiu ir atrás dos candidatos para que eles assumam compromissos com a causa do livro e da leitura. Os militantes estão buscando os candidatos locais a governador , senador e deputado para que assinem o manifesto lançado pelo Fórum da Rede Potiguar de Escolas Leitoras para que a leitura seja por lá uma política de estado, e não um mero projeto ou programa de governo. Criação de bibliotecas e salas de leitura, investimento e reconhecimento dos profissionais envolvidos, com valorização da leitura literária.

Para ler e assinar o manifesto, clique aqui. Eu já assinei!

Isso faz toda a diferença.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Campanha Eu Voto na Educação

Eu, Você, Todos pela Educação

Após a veiculação de vídeos, materiais de áudio e fotos, a campanha Eu Voto na Educação está agora nas redes sociais. Com o objetivo de inserir a Educação na pauta destas eleições, esta nova ação permite a participação dos internautas diretamente com a campanha.

Todos que possuem contas no Orkut, Facebook ou Twitter podem votar na Educação em uma urna online e divulgá-la para seus amigos e contatos.

Por que votar?

Ao participar da campanha Eu Voto na Educação você mostra que a Educação é prioridade para o desenvolvimento do nosso país. É uma forma de declarar que nós, brasileiros, queremos políticas educacionais sérias e que este é um assunto que merece atenção.

Acesse http://www.euvotonaeducacao.org.br/ e participe! Com apenas 3 cliques você vota na Educação!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Biblioteca comunitária perto da escola melhora desempenho do aluno, diz pesquisa

Estudo feito por pesquisadores do Ipea concluiu que taxa de abandono caiu pela metade e aprovação subiu

Carolina Stanisci - Estadão.edu 31 de agosto de 2010

Pesquisa divulgada na última terça-feira concluiu que o rendimento de alunos de escolas no entorno de bibliotecas comunitárias é maior do que a média. O impacto da leitura na vida dos estudantes repercutiu tanto na taxa de abandono, que diminiu, como na aprovação, que aumentou.

O estudo, encomendado pela ONG Ecofuturo a pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), analisou 41 bibliotecas localizadas nos estados da Bahia e Pernambuco participantes do projeto Ler é Preciso, tocado pela organização não governamental.
Além de indicadores físicos da biblioteca (infraestrutura, conservação das publicações, entre outros), a pesquisa se debruçou, em uma segunda fase, sobre o impacto na vida dos estudantes. E foi onde descobriu números reveladores: entre 2000 e 2005, a taxa de abandono dos alunos diminuiu drasticamente, de 17,1% para 8,8%. Já a taxa de aprovação aumentou de 66,% para 72,7%.

Para Christine Castilho Fontelles, diretora de educação e cultura da Ecofuturo, a pesquisa foi fundamental para saber se as bibliotecas, equipadas com acervos novos de literatura infantil e juvenil pela ONG, estavam sendo bem cuidadas. "A gente queria saber se estava formando o leitor", conta. "Há uma parceria com poder público, mas não existe cultura de biblioteca, então é importante que a gente interaja criando modelo de excelência."

O pesquisador do Ipea Ricardo Paes de Barros ficou impressionado com os resultados. Para ele, que usou como comparativo escolas sem bibliotecas comunitárias próximas, chama a atenção o fato de as bibliotecas serem para a comunidade, e não exclusivas para a escola. "Fora do entorno têm redução metade disso", disse. "São resultados importantes para analisar, já que o Brasil está investindo bem mais em bibliotecas públicas."

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dia Mundial da Alfabetização

O dia mundial da alfabetização é comemorado em 8 de setembro.

A alfabetização é o processo que desenvolve as habilidades de leitura e de escrita de um sujeito, tornando-o capaz de identificar e decifrar os códigos escritos.

A UNESCO se comprometeu a diminuir os índices de analfabetismo no mundo, pois nos países subdesenvolvidos cerca de 25% de adultos e crianças não sabem ler e escrever, chegando a um total de novecentos milhões de pessoas.

O índice de cidadãos alfabetizados de um país indica o nível de desenvolvimento do mesmo. Quanto mais pessoas analfabetas, menos desenvolvimento. Isso faz com que governantes procurem favorecer suas estatísticas, criando projetos que melhorem essas taxas, mas não garantem o aprendizado, como a educação por ciclos, onde os alunos não podem repetir o ano, sendo aprovados para as séries seguintes, mesmo apresentando grandes deficiências.

Os métodos mais utilizados no processo de alfabetização normalmente levam os nomes de seus precursores. Jean Piaget, Montessori, e Paulo Freire são exemplos disso.

A comemoração da data no Brasil acontece desde 1930, no dia 14 de novembro, data da fundação do Ministério da Educação e Saúde Pública. Foi uma importante conquista do governo de Getúlio Vargas, que havia acabado de tomar posse.

A criação do ministério visava promover o ensino primário e combater o analfabetismo no país.

Em 2000, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizou o censo sobre educação, concluindo que o índice de analfabetismo no país atinge cerca de 13% da população do Brasil com mais de dez anos de idade; a população de analfabetos absolutos de nosso país ultrapassa o número de 16 milhões. Além desses índices, existem as pessoas com mais de quinze anos que não permaneceram por quatro anos nas escolas, consideradas analfabetas funcionais – leem, mas não interpretam, numa margem de trinta milhões de brasileiros.

As grandes incidências de analfabetismo em um país o deixa mais propenso a aceitar as imposições dos governantes, assim como dos meios de comunicação de massa, pois essa parte da população torna-se despreparada para compreender os problemas sociais e lutar por seus direitos enquanto cidadãos.

Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Morre Dorina Nowill


Boletim Livro e Leitura - Edição nº 221, 30/08 a 06/09/2010

Faleceu no dia 29 de agosto, ao 91 anos, Dona Dorina Nowill, criadora da Fundação para o Livro do Cego no Brasil. Com toda a vida dedicada à construção de uma sociedade de inclusão, Dona Dorina foi uma figura ímpar na difusão da leitura, da escritura e da arte de viver para os não-videntes. A fundação que leva seu nome é hoje uma referência em projetos para inclusão social de pessoas com deficiência visual, atuando na "produção de livros em braille, livros e revistas falados e obras acadêmicas no formato Digital Acessível, distribuídos gratuitamente para pessoas com deficiência visual e para centenas de escolas, bibliotecas e organizações" de todo o país.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

FNDE gasta R$ 880 milhões com didáticos

PublishNews - 03/09/2010 - Por Redação

Com recursos de R$ 880,2 milhões, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) fez a aquisição de 135,6 milhões de exemplares de livros didáticos a serem usados por estudantes da educação básica pública a partir de 2011. Num investimento de R$ 151,4 milhões do FNDE, as obras serão distribuídas pelos Correios entre outubro e janeiro. A maior parte destina-se aos estudantes dos anos finais do ensino fundamental (sexto ao nono ano). Os do primeiro ao quinto ano contarão com títulos de reposição. Ao todo, o ensino fundamental terá 118,4 milhões de exemplares, no valor de R$ 700 milhões. O ensino médio vai receber 17 milhões de livros para reposição, em um investimento de R$ 180 milhões. Foram adquiridos 1.846 títulos diferentes para todo o país.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Formação literária do professor: nunca é tarde para gostar de ler

Muitos professores brasileiros não tiveram a chance de construir uma história como leitores de literatura. Mas sempre é tempo de criar o hábito de leitura e também inspirar seus alunos

Elisa Meirelles (elisa.meirelles@abril.com.br). Com reportagem de toda a equipe de NOVA ESCOLA eNOVA ESCOLA GESTÃO ESCOLAR

Você terminou de ler um romance. Chega à escola e corre para compartilhar a experiência com os colegas. Fala sobre os conflitos do personagem (sem entregar o fim da história, é claro) e comenta que já viveu vários dos questionamentos narrados na história - razão pela qual a trama prendeu a atenção do começo ao fim. Outro professor aproveita para dizer que já leu algo do mesmo autor - e a conversa continua, animada, até a hora de a aula começar.
"Um mesmo livro nunca é o mesmo para duas pessoas", já disse o poeta Ferreira Gullar. Essa experiência, ao mesmo tempo pessoal e coletiva, é tão rica porque nos permite entrar em contato com uma realidade diferente da nossa - e, graças a isso, (re)construir nossa própria história dia após dia.

Porém a realidade de grande parte dos docentes brasileiros está bem longe disso. Muitos não tiveram acesso a obras literárias em casa nem construíram práticas sociais de leitura (na Educação Básica e nos cursos de graduação universitária). "O professor médio brasileiro do ensino público teve pouco acesso e estímulo a ler. Por isso, conhece poucas obras de literatura contemporânea e clássica", afirma Zoara Failla, gerente executiva de projetos do Instituto Pró-Livro. Então, o que fazer para transformar essa pessoa que tem pouca familiaridade com a literatura em um agente disseminador de boas práticas leitoras? O mais importante é saber que nunca é tarde para se deixar encantar pela literatura e começar uma trajetória como leitor - ou, quem sabe, ampliar ainda mais os conhecimentos sobre os livros. Vamos nessa?
Por que ler

O leitor literário lê por razões variadas: rir, refletir, investigar, relembrar, chorar e até sentir medo. Lê porque mergulha no que autores e personagens pensam e sentem - no passado, presente ou futuro, em lugares distantes ou que nem sequer existem. Lê porque as narrativas literárias o ajudam a refletir sobre a vida e a construir significados para ela.

Como virar um leitor

Não existe um caminho único para se tornar um leitor literário. Você pode começar por textos simples do ponto de vista linguístico e depois passar para os mais complexos - ou iniciar por temas próximos e partir para os mais distantes. "E há os que preferem os grandes desafios desde o princípio porque sabem que eles têm algo a oferecer, nem que seja a estranheza", afirma Ana Flávia Alonço Castanho, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Um bom caminho para alavancar o gosto pelos livros é procurar uma comunidade de leitores (podem ser os professores da escola, os amigos, os parentes - o importante é encontrar gente que goste de ler). Em Andar entre Livros, Teresa Colomer, professora de Literatura na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, afirma que "ao compartilhar as impressões sobre uma leitura passamos a saber os significados que a obra tem para os outros, o que enriquece nosso repertório". Outra vantagem desse diálogo permanente é a troca de indicações de textos e autores.

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O livro (e outras linguagens)
Estante

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Biblioteca Virtual Ecofuturo

Visitar bibliotecas é participar do pensamento coletivo da humanidade

Uma seleção cuidadosa de artigos e livros dos maiores nomes da literatura nacional está à sua espera na Biblioteca Virtual Ecofuturo.

Lá você navega nas palavras de Daniel Piza, Bartolomeu Campos de Queirós e de muitos outros operários da palavra que sustenta.

Aproveite e fique por dentro do 2° Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade, um convite aos professores de todo o País para uma ampla reflexão sobre o tema Saber Cuidar.

A palavra que você procura está mais perto do que você imagina!

Você é o nosso convidado especial!

www.ecofuturo.org.br/bibliotecavirtual